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Equipe da Semarh percorre o Piauí para avaliar impactos da Seca Verde

A equipe técnica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) está percorrendo 31 municípios das regiões sudeste e sudoeste do Piauí. O objetivo é investigar a ocorrência da chamada Seca Verde, fenômeno climático que, apesar de deixar a paisagem verde, não permite que plantações rendam colheita, comprometendo a produção agrícola.

A expedição, conduzida pela Sala de Monitoramento da Diretoria de Recursos Hídricos, já percorreu 1.600 km e visitou 19 municípios. O objetivo é alcançar todas as mesorregiões piauienses, realizando um diagnóstico preciso dos impactos da seca no estado. Os dados levantados serão apresentados ao Governo do Estado, subsidiando decisões estratégicas para mitigar os impactos da seca e ampliar políticas públicas de adaptação à irregularidade climática.

Identificada no Piauí em fevereiro deste ano, a Seca Verde é caracterizada pela escassez de chuvas em períodos críticos do ciclo agrícola. Segundo a climatologista Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Monitoramento e Previsão de Eventos Climáticos Extremos da CMA, esse fenômeno afeta principalmente as lavouras de sequeiro, que dependem exclusivamente das precipitações. Culturas como milho e feijão apresentam crescimento atrasado e redução na produtividade, mesmo que a vegetação aparente estar em bom estado.

Impactos na produção agrícola

O impacto da Seca Verde já é sentido diretamente pelos agricultores familiares. Dona Crisana, moradora de Monsenhor Hipólito, relatou que sua plantação de milho e feijão teve o crescimento comprometido devido à irregularidade das chuvas. Segundo ela, a colheita deste ano será menor do que a do ano passado, evidenciando as perdas no setor agrícola.

Outro fator preocupante é a redução do volume de água em riachos e barreiros, mesmo durante o período chuvoso. De acordo com especialistas da Semarh, essa situação decorre da irregularidade das chuvas, que pode ocorrer de duas formas: irregularidade temporal (quando há longos períodos de estiagem entre uma precipitação e outra) e irregularidade espacial (quando as chuvas são desiguais dentro de um mesmo município, deixando algumas áreas severamente afetadas).

A expedição faz parte das ações do Programa Progestão, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A equipe está coletando dados a partir de entrevistas com agricultores e observadores locais nas regiões mais afetadas do estado. O secretário do Meio Ambiente, Daniel Oliveira, destacou a preocupação do governo com os impactos da Seca Verde, mas garantiu que todas as providências cabíveis serão tomadas.

“A situação da Seca Verde no Piauí é grave e exige atenção. O que estamos fazendo com essa expedição é um diagnóstico real e aprofundado da situação para que possamos agir com base em dados concretos. A Semarh está comprometida em garantir que os encaminhamentos necessários sejam tomados, seja no âmbito estadual ou federal. Isso inclui a possibilidade de decretos de estado de emergência ou de calamidade, seguindo os protocolos legais exigidos para garantir assistência aos agricultores e minimizar os danos econômicos e sociais causados pela estiagem”, afirmou o secretário.

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