Com Ryan Reynolds, ‘Free guy’ é entretenimento garantido
Todo dia ele faz tudo sempre igual. Acorda com um sorriso, escolhe uma blusa azul e uma calça bege (todas exatamente idênticas), sai de casa, toma o café e caminha até o banco onde trabalha como caixa.
“Não tenha um bom, tenha um ótimo dia!” é o bordão que repete para os conhecidos e clientes. Quando um assalto é anunciado, ele e seu melhor amigo, guarda do banco, se abaixam e conversam sobre os planos pós-expediente, que, como não poderia deixar de ser, são sempre iguais.
Os desavisados irão assistir à sequência inicial de “Free Guy: Assumindo o controle” e pensar: aonde o novo personagem de Ryan Reynolds quer chegar? A resposta não custa a aparecer (para ele e para nós). Guy, ou “o cara da camisa azul” (Reynolds) é um personagem de um videogame. Pior: ele é um NPC (do inglês non-player character), basicamente um personagem de jogo eletrônico que não pode ser controlado por um jogador. Pior ainda: é um figurante. Nunca vai morrer, mas também nunca terá vida ou ideias próprias.
O filme de Shawn Levy (“Stranger things” e a franquia “Uma noite no museu”) atira em várias frentes e acerta em quase todas. É uma produção para Reynolds despejar seu carisma fazendo basicamente o mesmo que já fez em “Deadpool”, mas sem nenhum traço de cinismo.
É ainda um misto de filme de super-herói com comédia romântica com drama e ainda uma veia de autoajuda. Afinal, todos têm direito a ter voz. Enfim, é entretenimento puro, mesmo que não haja nada muito inovador.